Finanças Pessoais: um constante aprendizado
Por Iria Strohm e Clair Mapelli
Se nos pedissem que destacássemos um aspecto positivo decorrente de uma crise (qualquer crise), em virtude da área de formação e das vivências , destacaríamos “resiliência financeira”. Explicando: nestes meses mais recentes, foi possível observar atentamente o aprendizado próprio e também o aprendizado de tantas outras pessoas com as quais temos contato. Salvo raras exceções, todos precisaram ajustar seus estilos de vida para que continuassem cabendo em seus orçamentos pessoais/familiares.
Se você que está lendo este texto, lembra de algo financeiramente oneroso que costumava realizar e que já há alguns meses não realiza, porém mesmo assim se sente bem, pode ser um começo para um amadurecimento que antecede uma “resiliência financeira”.
Por definição, resiliência financeira é a capacidade de suportar e se recuperar de uma dificuldade financeira temporária ou interrupção de ganhos. A questão importante é recuperar-se dos problemas. Trata-se de um processo de longo prazo, contínuo e sustentável que pode ser planejado. Requer uma boa dose de lucidez e consciência dos atos, assumindo a responsabilidade pela recuperação das finanças. Embora estejamos sujeitos a crises governamentais, instabilidades econômicas e toda sorte de fatores externos, podemos assumir o controle das nossas finanças.
Alguns dos principais pontos da resiliência financeira a serem observados: plano de gastos simples em conjunto com plano de poupança, que irá permitir um fluxo de caixa futuro; reservas de emergência, em geral considera-se 6 meses dos rendimentos do grupo ou unidade familiar; gerir suas dívidas, avaliando qual o nível será confortável para cada pessoa/família; e por fim, reserva para evento saúde.
Muitos estudos realizados em empresas demonstram que, diante da zona de conforto, a tendência é não questionar os gastos. Tudo está indo bem…deixa-se assim. No entanto, basta um “susto” e então busca-se compreender melhor qual é o resultado gerado em cada um dos gastos.
De forma alguma pretende-se aqui fazer com que nos pressionemos ainda mais do que as próprias notícias e cenários apresentados já nos pressionam. A intenção é contribuir com uma reflexão positiva no sentido de fazer algumas perguntas básicas, bem antes de inflar a fatura do cartão de crédito. Exemplos:
O cenário que ora nos é apresentado, demonstra que o aprendizado precisará continuar. Cada dia, com certeza teremos ao menos uma oportunidade de realizar “consumo consciente” e estas ações é que poderão modificar não apenas a realidade financeira de cada indivíduo e família, como também a realidade de empreendimentos que precisarão ainda mais fôlego extra para superar esta crise, que é temporária mas que está testando a todos, mais de que se poderia supor.
Iria Liane Strohm é especialista em controladoria e especialista em cooperativismo. Graduada em ciências contábeis. Possui ampla experiência como contadora de pequenas e médias empresas e conselheira.
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Clair Matter Mapelli é especialista em controladoria e pós-graduanda em gestão estratégica de dados. Graduada em ciências contábeis e em direito. Possui ampla experiência como controller e conselheira e é fundadora da CMM consultoria em gestão.